sexta-feira, 22 de abril de 2011

ELECS 2011

Encontro sobre Edificações e Comunidades Sustentáveis VI Encontro Nacional e IV Encontro Latino Americano
A Universidade Federal do Espírito Santo irá sediar o VI Encontro Nacional e IV Encontro Latino-americano sobre Edificações e Comunidades Sustentáveis (ENECS E ELECS 2011), cujo principal objetivo é promover a discussão responsável sobre as questões inerentes à sustentabilidade na construção civil, servindo também como importante cenário para a promoção de encontros e ampla troca de experiências. O tema central do evento é: “O que é, de fato, sustentável?”, refletindo assim a preocupação em relação à complexidade de avaliar a sustentabilidade em suas diversas dimensões.

O ENECS e ELECS 2011 será realizado no período de 7 a 9 de setembro de 2011 e tem como público alvo pesquisadores, profissionais da área de construção civil, estudantes de graduação e pós graduação, projetistas, empreendedores e representantes do setor comercial e público, bem como demais pessoas interessadas no assunto. Sendo um evento latino-americano, além de participantes oriundos de todas as regiões do Brasil, espera-se ainda um significativo número de visitantes de outros países, especialmente Argentina, Chile e Colômbia, que já têm comparecido nas últimas edições. Confira mais...

http://www.elecs2011.com.br/

TERMINAL MARÍTIMO - NORMAN FOSTER

Terminal marítimo com 70 metros de extensão é mais novo projeto de Norman Foster

Um terminal de cruzeiros com 70 metros de comprimento e volumetria naval é o mais novo projeto de Norman Foster a ter construção iniciada neste mês, desta vez em Hong Kong, na China. Trata-se do Terminal de Cruzeiros de Kai Tak, que ocupará o local do antigo aeroporto da cidade. A construção deverá se tornar um dos principais terminais marítimos de passageiros do planeta e um dos principais locais de lazer da cidade.
Com planta retangular, o terminal está organizado em três pavimentos principais, pontuado por quatro átrios que distribuem luz natural para todo o prédio. A volumetria é marcada por um calçadão que sobe como uma passarela para dentro do terminal, definindo um imenso terraço público, que deverá estar aberto à toda população e ser utilizado para eventos 24 horas. O terminal terá capacidade para desembarque de 8,4 mil passageiros e 1,2 mil tripulantes. Com 70 metros de comprimento, o edifício tem planta multifuncional – além do teraço, o saguão de confluência poderá ser convertido em espaço para eventos e exposições. Além disso, o local terá lojas e restaurantes.

A proposta de Foster prevê, ainda, a geração de energia proveniente de placas fotovoltáicas e o uso de água da chuva reciclada para refrigeração. "O terminal irá estabelecer Hong Kong como um principais destinos de cruzeiros da Ásia e, juntamente com o West Kowloon Cultural District, irá reforçar ainda mais a posição da cidade como um centro de turismo e cultural", conclui Mouzhan Majidi, diretor executivo do escritório Foster + Partners.

__________________________________ Veja mais:www.fosterandpartners.com Imagens: Foster + Partners

Roberto Burle Marx - A história do Paisagismo Brasileiro

A história do paisagismo brasileiro, a partir de 1930, está ligada à obra mundialmente famosa de Roberto Burle Marx. É um dos brasileiros mais consagrados no exterior em todos os tempos. Nascido em São Paulo em 1909, Roberto Burle Marx muda-se ainda menino para o Rio de Janeiro. Aos 19 anos, viaja para a Alemanha para se aperfeiçoar como desenhista. E é lá que, casualmente, descobre a beleza das plantas tropicais, numa visita ao Jardim Botânico de Dahlen. De volta ao Brasil, Burle Marx começa a cultivar, colecionar e classificar plantas num jardim na encosta do morro, atrás de sua casa. Seu primeiro trabalho como paisagista é feito a pedido do arquiteto e amigo Lúcio Costa, no início dos anos 30. Burle Marx projeta um jardim revolucionário, usando plantas tropicais e a estética da pintura abstrata. O começo é difícil. Os jardins brasileiros obedecem ao modelo europeu: predominam azaléias, camélias, magnólias e nogueiras. A elite conservadora da época estranha o estilo abstrato e tropical de Burle Marx. Mas a renovação nas artes e na arquitetura é uma tendência mundial e irresistível nos anos 30. Burle Marx torna-se adepto da escola alemã Bauhaus, com seu estilo humanista e integrador de todas as artes. No Brasil, um grupo de jovens arquitetos, profundamente influenciados pela corrente francesa liderada por Le Corbusier, revoluciona a arquitetura. Entre eles, Oscar Niemayer e Lúcio Costa. A moderna arquitetura brasileira usa novos materiais. Aço, vidro e concreto pedem um paisagismo renovador. A associação entre Burle Marx, Niemayer e Lúcio Costa não pára mais. Apaixonado pela flora brasileira, realiza incontáveis viagens por todo o país à procura de plantas raras e exóticas. Pouco a pouco, torna-se botânico autodidata, especialista em plantas tropicais. A relação de Burle Marx com a natureza é quase religiosa. Sua reverência ao verde torna-o pioneiro na luta pela preservação do meio ambiente. Apaixonado pela flora brasileira, realiza incontáveis viagens por todo o país à procura de plantas raras e exóticas. Pouco a pouco, torna-se botânico autodidata, especialista em plantas tropicais. A relação de Burle Marx com a natureza é quase religiosa. Sua reverência ao verde torna-o pioneiro na luta pela preservação do meio ambiente. Roberto Burle Marx é um artista polivalente. Pintor, designer, arquiteto, paisagista, artista plástico, tapeceiro. Nas horas vagas canta música lírica para os amigos. Sua obra como artista plástico é amplamente reconhecida e premiada em mostras e salões internacionais. Pouco a pouco, o nome de Burle Marx paisagista ultrapassa as fronteiras do Brasil. Sua assinatura brilha em milhares de projetos espalhados pelos cinco continentes. Sua grande paixão, contudo, sempre foi o Brasil, sobretudo o Rio de Janeiro. Nos mais belos cartões postais da cidade estão os jardins de Burle Marx. O Largo da Carioca... a orla do Leme... o calçadão de Copacabana... os jardins suspensos do Outeiro da Glória...e a menina dos olhos do artista: o Aterro do Flamengo. Do trabalho conjunto com Oscar Niemayer e Lúcio Costa nascem o Parque da Pampulha, Minas Gerais, e os famosos jardins de Brasília. Entre suas obras mais expressivas estão os jardins do Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Em 61 anos de carreira, Burle Marx assina mais de dois mil projetos e recebe inúmeras honrarias. Mas a homenagem que mais o sensibiliza é ver seu nome designando uma espécie de plantas tropicais: "Burle Marxii". Em 1972, Burle Marx muda-se para o sítio Santo Antônio da Bica, nos arredores do Rio de Janeiro. Dedica-se à pintura, coleciona obras de arte e cultiva, ao longo de mais de vinte anos, três mil e quinhentas espécies de plantas do mundo inteiro, criando um verdadeiro Éden Tropical. Em 1985, doa a propriedade ao governo federal. Seu grande sonho é criar ali uma escola para jardineiros e botânicos, e abrir o sítio à visitação pública. Mas é somente após a sua morte, ocorrida em 1994, aos 82 anos de idade, que os seus últimos projetos florescem. Graças ao empenho de sua equipe, o sítio, agora batizado com o seu nome, recebe visitantes do Brasil e do mundo. E ecologistas, paisagistas e jardineiros podem freqüentar cursos regulares, ministrados em meio às plantas que o próprio Roberto Burle Marx cultivou.
Roteiro: Dora Karan Fonte de pesquisa: www.tvcultura.com.br

CASAS EFICIENTES

A casa Eficiente funciona como centro de pesquisas em Florianópolis
Projetadas para estimular a difusão de tecnologias sustentáveis, casas construídas em centros de pesquisas vêm incentivando estudos sobre o uso de energia solar térmica e fotovoltaica, sistemas de ventilação natural e utilização de materiais como tijolos de solo-cimento, painéis térmicos e telhas de fibras vegetais. Um grupo de pesquisadores do Instituto de Eletrotécnica e Energia (IEE), da Universidade de São Paulo (USP), construiu, em 1998, no campus da Cidade Universitária, uma casa cuja fonte de energia é um painel solar de seis metros quadrados, que gera 75 quilowatts-hora por mês, o suficiente para uma pequena família. Antes do racionamento de energia elétrica no Brasil, ocorrido entre 2001 e 2002, o IEE já economizava 15%, produzindo sua própria eletricidade por meio de células fotovoltaicas espalhadas em uma das fachadas do edifício. Em Florianópolis, a Casa Eficiente inaugurada em 2006 utiliza fontes alternativas de energia e está em sintonia com as características climáticas regionais. Edificada no pátio da Eletrosul, com 206,5 metros quadrados de área útil, a casa funciona como centro de pesquisa, onde são monitoradas as diferentes tecnologias utilizadas em sua construção. Trata-se de uma parceria entre a Eletrosul/Eletrobrás e o Laboratório de Eficiência Energética em Edificações (Labeee), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Um dos destaques dessa casa é a utilização de energia alternativa para a alimentação de lâmpadas, eletrodomésticos e equipamentos elétricos em geral. Um sistema fotovoltaico, com painel instalado na cobertura central, é responsável pela geração de energia elétrica, a partir da luz solar. Existem ainda, nas coberturas laterais, coletores solares responsáveis pelo aquecimento da água de chuveiros e torneiras. A água aquecida também é utilizada, durante o inverno, para aquecer os quartos, passando por uma tubulação de cobre instalada no rodapé desses ambientes. Para facilitar a manutenção, as instalações hidráulicas e elétricas são em grande parte aparentes. Desde sua instalação, o sistema fotovoltaico da Casa Eficiente gerou mais de 5 mil quilowatts-hora, com média mensal de 190 quilowatts-hora. Esse valor seria suficiente para atender totalmente a demanda de uma família morando na casa, com hábitos conscientes de consumo. Ao se analisar os dados de variação da temperatura do ar, foi possível comprovar a manutenção do conforto térmico no interior da Casa Eficiente, mesmo em dias desconfortáveis no exterior (muito frios ou muito quentes). Assim, dentro da casa está sempre mais confortável termicamente do que fora dela. Esse efeito é consequência das suas características construtivas, como o uso de isolamento térmico com vidros duplos, paredes duplas com mantas de lã de rocha, coberturas com mantas de lã de rocha e polietileno aluminizado e com vegetação (teto-jardim). Na Casa Eficiente foram incorporados materiais de construção de baixo impacto ambiental, como concreto reciclado, madeira de reflorestamento, tijolo de produção local e outros. Para evitar a radiação solar direta, existem proteções solares nas aberturas, como persianas externas e beirais de bambu e madeira. E, para impedir o desperdício de água potável, as águas de chuva são armazenadas e utilizadas para limpeza de pisos, lavagem de roupas e descarga sanitária. Os efluentes da Casa Eficiente são tratados em sistemas de leitos cultivados e parte deles é usada na irrigação do jardim. Outro exemplo é a Casa Ecoeficiente, com sede no Centro de Inovação e Tecnologia Industrial do Senai, no município de Campina Grande, PB, onde funciona o Laboratório de Energias Renováveis, uma iniciativa do Senai em parceria com a Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (Fiep). Com área útil de 350 metros quadrados, a casa oferece programas de formação profissional, serviços tecnológicos e a difusão de tecnologias nas áreas das energias solar térmica, solar fotovoltaica e eólica. Foi projetada com ventilação e iluminação naturais, tijolos e paredes monolíticas de solo-cimento, painéis térmicos (compostos por placas de isopor e resíduos sólidos), telhas de fibras vegetais e piso feito com madeira de demolição e resíduos industriais. A energia elétrica vem de um sistema híbrido, composto por painéis fotovoltaicos, com potência de mil watts, e uma turbina eólica, com a mesma potência. O sistema híbrido fornece energia para toda a casa, que dispõe de estação de tratamento de águas servidas para reúso, cata-vento para captação de água do poço, sistema solar para aquecimento de água e um dessalinizador. A sala de visita se transformou em auditório para palestras e exposições; os quartos são laboratórios para cursos e desenvolvimento de experimentos e pesquisas; a cozinha e a área de serviço funcionam como laboratório de eficiência energética, equipado com eletrodomésticos usuais ligados à energia solar e eólica, e o banheiro serve como demonstrativo do aquecedor solar e de reúso de águas.

_____________________________ Texto de Cida Paiva Publicada originalmente em FINESTRA Edição 56 Fevereiro de 2009